quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A FALTA DE FÉ GERA CRISES NO MATRIMÔNIO.


Em seu discurso de sábado pela manhã aos membros do Tribunal da Rota Romana, o mais alto tribunal eclesiástico da Santa Sé, o Papa Bento XVI assinalou que “a carência de fé pode ferir os bens do matrimônio: procriação, fidelidade conjugal e indissolubilidade”.

O Santo Padre sublinhou que a atual crise de fé ocasiona uma crise na união conjugal, acrescentando que o rechaço da proposta de Deus leva a um profundo desequilíbrio em todas as relações humanas.

O “acentuado subjetivismo e relativismo ético e religioso” da cultura contemporânea impõe à família “desafios urgentes”, disse o Papa.

Bento XVI lamentou que exista uma “difundida mentalidade” de que a pessoa “seja ela mesma permanecendo ‘autônoma’ e entrando em contato com o outro só mediante relacões que possam ser interrompidas em qualquer momento”.

O Papa sublinhou que “só abrindo-se à verdade de Deus é possível compreender, e realizar no concreto da vida também conjugal e familiar, a verdade do homem como filho dele, regenerado pelo Batismo”.

Ao refletir sobre a indissolubilidade do pacto matrimonial entre um homem e uma mulher, indicou que este “não requer, por fins sacramentais, a fé pessoal dos noivos”, mas o que se pede, “como condição mínima necessária é a intenção de fazer aquilo que faz a Igreja”.

Entretanto, apontou, “embora seja importante não confundir o problema da intenção com aquele da fé pessoal dos contraentes, não é possível separá-los totalmente”.

Ao recordar os três bens do matrimônio, mencionados por Santo Agostinho, procriação, fidelidade conjugal e indissolubilidade, o Papa advertiu que não se deve prescindir “da consideração de que possam apresentar-se casos nos que justamente pela ausência de fé, o bem dos cônjuges resulte comprometido e portanto excluído do consenso mesmo”.

O Santo Padre advertiu que “com estas considerações, não pretendo certamente sugerir algum fácil automatismo entre carência de fé e nulidade da união matrimonial, mas evidenciar como tal carência poderá, embora não necessariamente, ferir também os bens do matrimônio, a partir do momento em que a referência à ordem natural querida por Deus é inerente ao pacto conjugal”.

O Papa assinalou que sobre a problemática da validez do matrimônio, “sobretudo no contexto atual, será necessário promover ulteriores reflexões”.

Bento XVI também recordou aqueles Santos que viveram o matrimônio de acordo à perspectiva cristã”, obtendo assim “superar também as situações mais adversas, conseguindo às vezes a santificação do cônjuge e dos filhos com um amor sempre reforçado por uma sólida confiança em Deus”.

Fonte: ACI Digital (Agência Católica de Informações)

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