segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ANGELUS


Seguem as palavras do Papa ontem, às 12h, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro:

“Queridos irmãos e irmãs!

Na última quarta-feira, com o tradicional Rito das Cinzas, entramos na Quaresma, tempo de conversão e penitência em preparação para a Páscoa. A Igreja, que é mãe e mestra, chama todos os seus membros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viver no amor.

Neste Ano da Fé a Quaresma é um tempo propício para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal naturalmente se opõe à nossa santificação e busca fazer-nos desviar do caminho de Deus. Por isso, no primeiro domingo da Quaresma, todos os anos é proclamado o Evangelho das tentações de Jesus no deserto.

Jesus, de fato, depois de receber a "investidura" de Messias - "ungido" do Espírito Santo - no Batismo no Jordão, foi conduzido pelo mesmo Espírito no deserto para ser tentado pelo diabo. Ao iniciar o seu ministério público, Jesus teve que desmascarar e repelir as falsas imagens de Messias que o tentador lhe propunha. Mas essas tentações são também falsas imagens do homem, que em todos os momentos insidiam a consciência, trasvestindo-se de propostas convenientes e eficazes, ou até mesmo boas. Os evangelistas Mateus e Lucas apresentam três tentações de Jesus, diversificando-as apenas na ordem.

O núcleo central consiste em instrumentalizar Deus para os próprios interesses, dando mais importância ao sucesso ou aos bens materiais. O tentador é astuto: não impele diretamente em direção ao mal, mas a um falso bem, fazendo crer que as verdadeiras realidades são o poder, e aquilo satisfaz as necessidades primárias. Dessa forma, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitivamente irreal, não importa mais, desvanece. Em última análise, nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus. Nos momentos decisivos da vida, mas, vendo bem, a qualquer momento, estamos numa encruzilhada: queremos seguir o eu ou Deus? O interesse individual ou o que realmente é bem?

Como nos ensinam os Padres da Igreja, as tentações fazem parte da "descida" de Jesus à nossa condição humana, ao abismo do pecado e das suas consequências. Uma "descida" que Jesus percorreu até o fim, até a morte de cruz, até os infernos do extremo distanciamento de Deus. Desse modo, Ele é a mão que Deus estendeu ao homem, à ovelha perdida, para reconduzi-la a salvo. Como ensina Santo Agostinho, Jesus tirou de nós a tentação, para nos dar a vitória (cf. Enarr Psalmos em, 60,3:. PL 36, 724). Portanto, também nós não tememos enfrentar o combate contra o espírito do mal: o importante é que o façamos com Ele, com Cristo, o Vencedor.

E para estar com Ele voltemo-nos para a Mãe Maria: Invoquemos com confiança filial na hora da provação, e ela nos fará sentir a potente presença de seu Filho divino, para repelir as tentações com a Palavra de Cristo, e assim recolocar Deus no centro da nossa vida.”

Após o Angelus, Bento XVI continuou:

“Obrigado a todos!

Uma calorosa saudação aos peregrinos de língua italiana. Obrigado a todos! Obrigado por virem tão numerosos! Obrigado! A presença de vocês é um sinal do afeto e da proximidade espiritual que vocês estão me manifestando nestes dias. Saúdo, em particular, a administração de Roma Capital, conduzida pelo prefeito, e com ele saúdo e agradeço a todos os habitantes dessa amada Cidade de Roma. Saúdo os fiéis da diocese de Verona, de Nettuno, de Massanninziata e da paróquia romana de Santa Maria Janua Coeli, como também os jovens de Seregni e Brescia.

A todos, votos de um bom domingo e um bom caminho de Quaresma. Esta tarde inicia a semana de exercícios espirituais: continuemos unidos na oração. Boa semana a todos. Obrigado!”

Fonte: ZENIT (Agencia Internacional Católica de Noticia)

Evangelho do dia.

EVANGELHO DO DIA - 18/02/13

O Julgamento das nações - Mt 25, 31-46

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará em seu trono glorioso. Todas as nações da terra serão reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era estrangeiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me'. Então os justos lhe perguntarão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?' Então o Rei lhes responderá: 'Em verdade vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!' Depois, o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome, e não me destes de comer; com sede, e não me destes de beber; eu era estrangeiro, e não me recebestes em casa; nu, e não me vestistes; doente e na prisão, e não fostes visitar-me'. E estes responderão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, estrangeiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos?' Então, o Rei lhes responderá: 'Em verdade, vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer!' E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.

COMENTANDO O EVANGELHO: A mim o fizestes

Dentre os muitos desafios apresentados por Jesus aos seus discípulos, está o de identificá-lo com os sofredores deste mundo. Os famintos, os sedentos, os forasteiros, os carentes, os doentes e os encarcerados foram constituídos como mediadores do encontro com o Senhor. Que motivos teve Jesus para constituí-los em sinal de sua presença na história humana?

O ponto alto da encarnação de Jesus aconteceu, exatamente, quando ele desceu ao mais profundo do sofrimento humano. Quando, na paixão, Jesus sofreu os horrores da fome, da sede, da nudez, do encarceramento, sem contar os ultrajes e as humilhações de seus inimigos, a negação, a traição e o abandono de seus amigos, ele expressou, em grau eminente, sua condição de Filho de Deus, fiel até a morte. Por isso, escolheu a todos quantos se encontram em situação semelhante, para interpelarem os cristãos, exigindo deles uma resposta concreta de amor.

Aquilo que os cristãos não fizeram pelo Senhor, quando padeceu as agruras da paixão, podem fazê-lo agora, servindo ao irmão sofredor. O próprio Jesus garante que quem serve ao sofredor está servindo a ele mesmo. O Evangelho não aponta outro caminho de servir a Jesus, pois o Senhor quis identificar-se com quem padece o que ele mesmo padeceu.

Confrontar-se com o irmão sofredor é confrontar-se com o próprio Jesus que sofre e nos desafia a sermos solidários com ele, em sua paixão.

ORAÇÃO

Espírito Santo, ensina-me a descobrir, no irmão sofredor, o apelo de Jesus a quem devo servir.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Evangelho do dia.

Missão dos Doze - Mc 6, 7-13

Naquele tempo, Jesus chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos impuros. Mandou que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias e não usassem duas túnicas. 
Dizia-lhes ainda:
- Quando entrardes numa casa, permanecei ali até a vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem vos escutarem, saí de lá e sacudi a poeira dos vossos pés, para que sirva de testemunho contra eles.
Eles saíram e foram pregando que o povo se convertesse. Expulsavam muitos demônios, ungiam com óleo numerosos doentes e os curavam.

COMENTANDO O EVANGELHO: Estar sempre a caminho

Para Jesus, o exercício da missão apostólica deveria ser dinâmico. O objetivo consistia em anunciar a todos, sem exceção, a Boa Nova da salvação e fazer chegar até eles os benefícios do Reino.

As instruções de Jesus por ocasião do envio missionário tentavam garantir a agilização da missão. Nada de munir-se de apetrechos, visando assegurar a subsistência e um certo bem-estar. Era desnecessário prover-se de comida e dinheiro, ou carregar uma mochila. Duas mudas de roupa seriam supérfluas. Bastava o que traziam no corpo.

Só duas coisas eram permitidas: levar um bastão e calçar sandálias. Por quê? O bastão serviria para proteger-se dos animais ferozes que poderiam encontrar ao longo do caminho. As sandálias eram necessárias porque, se caminhassem descalços, logo estariam com os pés feridos e, por conseqüência, não poderiam seguir adiante e levar a cabo a missão.

A simplicidade apostólica levaria aos apóstolos a darem contínuo testemunho de confiança na providência divina, em cujas mãos se colocavam. Poderiam estar certos de que, em suas andanças, sempre experimentariam a bondade do Senhor do Reino, expressa na hospitalidade generosa de seus ouvintes.

Neste contexto, até mesmo a rejeição serviria de estímulo para não se acomodarem, obrigando os apóstolos a sempre seguirem em frente.

ORAÇÃO

Pai, ajuda-me a superar toda tentação de acomodar-me, pois, como apóstolo do teu Reino, tenho de estar, continuamente, a caminho.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Inicio da Escola de Cursilhos.

Ontem com a Graça de Deus e a Intercessão de Maria inciamos nossa Escola de Cursilhos com Santa Celebração da Palavra. Neste Ano da Fé, peçamos com mais veemência a força do Espírito Santo e a intercessão de São Paulo Apóstolo para que todos os Eventos do Movimento de Cursilhos, não só na Diocese, mas também no mundo inteiro sejam repletos de Graças abundantes. Shalom!!! Nos vemos na Eucarístia!!!

TER CORAGEM DIANTE DA SECULARIZAÇÃO



O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, Cardeal Dom Gerhard Ludwig Müller, pediu "coragem" aos católicos espanhóis diante da secularização; pois a Congregação da Fé tem como missão não só defender a fé, mas também promovê-la.

Secularização é a palavra usada para expressar a realidade de um mundo que só pensa na vida terrena, no bem estar material, não pensa mais no céu e na eternidade, e que já não tem mais lugar para Deus, como disse o Papa Bento XVI, embora acredite que Ele existe. Até mesmo muitos católicos que fazem caridade, vão à missa, trabalham pela solidariedade humana, já não pensam mais na vida eterna; não se importam se existe o céu, inferno ou purgatório. Esqueceram-se do que disse Santo Agostinho: "Que me importa viver bem se não posso viver para sempre". Ou o que Jesus disse: "De que vale o homem ganhar o mundo se vier a perder a sua alma".

João Paulo II disse certa vez que o homem de hoje vive como se Deus não existisse. Por isso há católicos estranhos que pensam que podem continuar católicos mesmo discordando da Igreja.

O Cardeal Müller disse em uma entrevista à rede espanhola COPE publicada pela Agência de notícias Europa Press, que "Não podemos perder a coragem de anunciar o Evangelho hoje porque nós sabemos muito melhor que todos estes políticos da linha do laicismo, desta ideologia ateia, sabemos muito melhor o que é necessário para todos os homens". Disse que "a mentalidade "secularizada" não pode dar uma resposta adequada aos sofrimentos dos homens, aos seus problemas existenciais, ao que há depois da morte, nem à forma de construir uma sociedade fundamentada nos valores da justiça social e a dignidade humana".

Muitos confundem um estado laico, que não professa uma fé específica, com um estado laicista que quer impedir a fé de ser vivida livremente por todos. De modo especial a fé católica tem sido perseguida e desvalorizada. Por isso o Papa Bento XVI disse que os católicos de verdade devem estar preparados para enfrentar o "martírio da ridicularização", da zombaria e da perseguição.

Dom Müller disse ainda que as polêmicas sobre a Igreja são "inúteis" e que é preciso concentrar-se não no "superficial" mas "nas grandes pergunta existenciais dos homens que vivem hoje no mundo".Também destacou que é necessário "um anúncio de esperança" e que a Igreja dá esperança a todos os homens. Mostrou que a fé católica "não é um irracionalismo" pois "existe uma conexão entre razão e fé", e que "para apresentar o Evangelho como força que dá vida, é necessário sublinhar a intelectualidade, a racionalidade da fé" mas também "expressar a direção da razão dos homens para a fé, até o encontro com Deus". O Papa João Paulo II já tinha dito na "Fides et Ratio" que a fé e a razão são as duas asas com as quais o homem alça voo para contemplar a verdade". Sem a fé a razão cai no racionalismo ateu; sem a razão a fé se torna fanatismo.

Dom Müller destacou que as universidades são "absolutamente importantes" e recordou que são "fundações da Igreja" na história do cristianismo europeu. Foi a Igreja quem fundou as primeiras universidades do Ocidente: Bolonha, Oxford, Cambridge, Sorbonne, La Sapienza, Montpellier, Coimbra, Valladollid, Compostela, etc.

Seguindo o pedido do cardeal Prefeito da Congregação da fé, cada católico deve estar preparado hoje, mais do que nunca, para defender a fé católica apresentando, como disse São Pedro, "as razões da nossa esperança" (1Pe 3,15). Para isso é preciso conhecer a doutrina católica tão bem apresentada no Catecismo da Igreja, bem como a História da Igreja, tão deturpada e tão mal interpretada em muitas salas de aula.

Prof. Felipe Aquino
Na TV Canção Nova, apresenta os programas "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos".

Evangelho do dia.

EVANGELHO DO DIA - 06/02/13

Jesus em Nazaré - Mc 6,1-6

Naquele tempo, Jesus voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:
- De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.
Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.

COMENTANDO O EVANGELHO: O filho de carpinteiro

A baixa condição social de Jesus deu motivo para a incredulidade do povo da cidade onde crescera e fora educado. Sua volta a Nazaré foi ocasião de contratempos. O filho do carpinteiro, que tomara a palavra na sinagoga, não era um desconhecido. Antes, estava rodeado de discípulos cujas vidas estavam ligadas à dele. Apresentava-se, agora, como um rabi cujos ensinamentos rompiam as barreiras da normalidade e seu saber superava, em muito, o dos que haviam se preparado para a função de rabino. Daí todos se perguntarem qual a origem de tamanha ciência. Sobretudo, seus milagres chamavam a atenção. Tratavam-se de prodígios espetaculares, coisa jamais vista!

Como tudo isto era possível? Havia contradição entre o que viam e ouviam e a origem humilde daquele novo mestre. O povo de Nazaré foi incapaz de superar sua incredulidade e dar crédito ao testemunho de Jesus. Mesmo constatando os feitos grandiosos do Mestre, os nazaretanos sempre tinham à mão um argumento para desqualificá-lo. Eles se viam às voltas com um problema sério: acreditar que Deus opera maravilhas servindo-se de meios humanamente frágeis.

A grandeza de uma ação não se mede pela grandeza de quem é escolhido como instrumento para realizá-la. Por conseguinte, se para os conterrâneos de Jesus era impensável que um filho de carpinteiro ensinasse e agisse com tamanha autoridade, o mesmo não acontecia com Deus Pai.

ORAÇÃO

Pai, abre minha mente e meu coração, para que eu possa compreender que tu te serves de meios humanamente modestos para realizar as tuas maravilhas.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Evangelho do dia!

EVANGELHO DO DIA – 05/02/13

Naquele tempo, Jesus passou novamente para a outra margem, e uma grande multidão se ajuntou ao seu redor. Ele estava à beira-mar. Veio então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Vendo Jesus, caiu-lhe aos pés e suplicou-lhe insistentemente: 
- Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe as mãos sobre ela para que fique curada e viva!
Jesus foi com ele. Uma grande multidão o acompanhava e o apertava de todos os lados. Estava aí uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragias e tinha padecido muito nas mãos de muitos médicos; tinha gastado tudo o que possuía e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais. Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se, na multidão, por detrás e tocou na sua roupa. 
Ela dizia: 
- Se eu conseguir tocar a roupa dele, ficarei curada. 
Imediatamente a hemorragia estancou, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele e, voltando-se para a multidão, perguntou: 
- Quem tocou na minha roupa? 
Os discípulos disseram: 
- Olha a multidão que te aperta, e ainda perguntas: "Quem me tocou?"
Ele olhava ao redor para ver quem o havia tocado. A mulher, tremendo de medo ao saber o que lhe havia acontecido, veio, caiu-lhe aos pés e contou toda a verdade. 
Jesus então disse à mulher: 
- Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica livre da tua doença.
Enquanto ainda estava falando, chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga dizendo: 
- Tua filha morreu. Por que ainda incomodas o mestre? 
Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: 
- Não tenhas medo, somente crê. 
Ele não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 
Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a agitação, pois choravam e lamuriavam muito. 
Entrando na casa, ele perguntou: 
- Por que esta agitação, por que chorais? A menina não morreu, ela dorme. 
E começaram a zombar dele. Afastando a multidão, levou consigo o pai e a mãe da menina e os discípulos que o acompanhavam. Entrou no lugar onde estava a menina. Pegou a menina pela mão e disse-lhe: 
- Talitá cum! (que quer dizer: "Menina, eu te digo, levanta-te").
A menina logo se levantou e começou a andar – já tinha doze anos de idade. Ficaram extasiados de tanta admiração. 
Jesus recomendou com insistência que ninguém soubesse do caso e falou que dessem de comer à menina.

COMENTANDO O EVANGELHO: Transbordando a vida

Os dois milagres realizados por Jesus apresentam-no como fonte donde transborda a vida. Sua missão consistiu em fazer jorrar vida onde a morte e a doença pareciam impor-se. Missão de resgatar a vida humana.

O chefe da sinagoga, cuja filha havia morrido, viu seu pedido atendido: com uma ordem de Jesus, a menina retornou à vida e levantou-se, para espanto de todos. Igualmente a mulher, vítima de uma hemorragia que não se estancava, viu-se curada pelo Mestre. Em ambos os casos, Jesus se manifestou como Senhor e fonte da vida.

Essa mulher, certa de ser curada, tocara nas vestes de Jesus. Este imediatamente percebeu que uma força saíra dele. Num primeiro momento, parece que o milagre se realizara por um poder mágico, uma vez que bastou a mulher tocá-lo para sentir-se curada. Contudo, levada a explicar o sentido de seu gesto, confessou ter sido movida pela fé no poder do Mestre. Ao que ele declarou: "A tua fé te salvou!"

Nada consegue de Jesus quem o busca por considerá-lo possuidor de forças mágicas de cura. Só a fé abre caminho para a vida que dele transborda. Portanto, uma fé salvífica que supera o simples benefício físico e oferece ao ser humano muito mais que a vida material. Fé que o predispõe para a vida eterna.

ORAÇÃO

Espírito Santo, dá-me uma fé profunda, que me predisponha a beneficiar-me da vida que transborda de Jesus.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

ANGELUS - 03/02/13



Seguem as palavras do Papa ontem, às 12h, durante a oração do Ângelus, na Praça de São Pedro:

"Queridos irmãos e irmãs!

O Evangelho de hoje - retirado do quarto capítulo de São Lucas - é a continuação daquele do domingo passado. Estamos ainda na sinagoga de Nazaré, a cidade onde Jesus cresceu e onde todos o conhecem e à sua família. Agora, depois de um período de ausência, Ele voltou diferente: durante a liturgia do sábado lê uma profecia de Isaías sobre o Messias e anuncia o seu cumprimento, dando a entender que aquela palavra se refere a Ele, que Isaias falou dele. Este fato chocou os nazarenos: por um lado, "todos estavam maravilhados das palavras cheias de graça que saiam da sua boca" (Lc 4, 22); São Marcos relata que muitos diziam: "De onde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é essa que lhe foi dada?" (6,2). Por outro lado, no entanto, os seus vizinhos o conhecem muito bem: é um como nós – dizem -. A sua pretensão só pode ser uma presunção (cf. A infância de Jesus, 11). "Não é este o filho de José?" (Lc 4, 22), como se dissesse: um carpinteiro de Nazaré, que aspirações pode ter?

E é conhecendo isso, que confirma o provérbio "nenhum profeta é bem recebido na sua pátria", que Jesus dirige às pessoas, na sinagoga, palavras que soam como provocação. Cita dois milagres realizados por grandes profetas Elias e Eliseu em favor de pessoas não israelitas, para demonstrar que às vezes existe mais fé fora de Israel. Nesse ponto, a reação foi unânime: todos se levantam e o expulsam, e até tentam jogá-lo no precipício, mas Ele, com calma soberana, passa pelo meio das pessoas furiosas e vai embora. 

Neste ponto surge a pergunta: por que Jesus quis provocar esta ruptura? A princípio, as pessoas estava admiradas por ele, e talvez poderia ter conseguido certo consenso. Mas o ponto está justamente aqui: Jesus não veio para procurar o consenso dos homens, mas – como dirá no final a Pilatos – para "dar testemunho da verdade" (Jo 18, 37). O verdadeiro profeta só obedece a Deus, e se coloca a serviço da verdade, pronto para pagar pessoalmente. 

É verdade que Jesus é o profeta do amor, mas o amor tem a sua verdade. De fato, amor e verdade são dois nomes da mesma realidade, dois nomes de Deus. Na liturgia de hoje ecoam também estas palavras de São Paulo: "A caridade... não se ensoberbece, não se enche de orgulho, não é desrespeitosa, não busca seus próprios interesses, não fica com raiva, não leva em conta o mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade"(1Cor 13,4-6). Crer em Deus significa renunciar aos próprios prejuízos e acolher o rosto concreto no qual Ele se revelou: o homem Jesus de Nazaré. E esta via leva também a reconhecê-lo e a servi-lo nos outros.

Nisto é iluminador a atitude de Maria. Quem melhor do que ela teve a familiaridade com a humanidade de Jesus? Mas nunca se chocou como os moradores de Nazaré. Ela guardava no seu coração o mistério e soube acolhê-lo sempre mais e sempre de novo, no caminho da fé, até a noite da Cruz e à plena luz da Ressurreição.

Que Maria também nos ajude a percorrer com fidelidade e alegria este caminho."

Evangelho do dia.

EVANGELHO DO DIA - 04/02/13

Os possessos de Gerasa - Mc 5, 1-20

Naquele tempo, Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha um espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro. Ele morava nos túmulos, e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. Muitas vezes tinha sido preso com grilhões e com correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava os grilhões, e ninguém conseguia dominá-lo. Dia e noite ele andava entre os túmulos e pelos morros, gritando e ferindo-se com pedras. 
Ao ver Jesus, de longe, o homem correu, caiu de joelhos diante dele e gritou bem alto:
- Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Por Deus, não me atormentes!
Jesus, porém, disse-lhe: 
- Espírito impuro, sai deste homem!
Ele perguntou-lhe: 
- Qual é o teu nome?
Ele respondeu: 
- Legião é o meu nome; pois somos muitos. 
E suplicava-lhe para que não o expulsasse daquela região. Entretanto estava pastando, no morro, uma grande manada de porcos. Os espíritos impuros suplicaram então:
- Manda-nos entrar nos porcos. 
Jesus permitiu. Eles saíram do homem e entraram nos porcos. E os porcos, uns dois mil, se precipitaram pelo despenhadeiro no mar e foram se afogando. 
Os que cuidavam deles fugiram e espalharam a notícia na cidade e no campo. As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. Chegaram onde estava Jesus e viram o possesso sentado, vestido e no seu perfeito juízo não aquele de quem tinha saído o Legião. E ficaram com medo. Os que tinham presenciado o fato explicavam-lhes o que havia acontecido com o possesso e com os porcos. Então, suplicavam a Jesus para que fosse embora do território deles. 
Enquanto Jesus entrava no barco, o homem que tinha sido possesso pediu para que o deixasse ficar com ele. Jesus, porém, não permitiu, mas disse-lhe: 
- Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti. 
O homem foi embora e começou a anunciar na Decápole tudo o quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

COMENTANDO O EVANGELHO: Uma missão importante

Escravo de uma legião de demônios, um infeliz estava levando uma vida desumana. Jesus libertou-o e o fez voltar ao convívio social. O gesto mais significativo que esse homem libertado do poder dos espíritos impuros encontrou, para expressar sua gratidão ao Mestre, foi oferecer-se para ser discípulo dele, que foi solidário com o seu sofrimento.

Jesus, porém, não aceitou este pedido. Antes, mandou o homem para casa com a missão de narrar aos familiares tudo quanto Deus realizara em seu favor, manifestando-lhe sua misericórdia.

A atitude do Mestre tem sua razão de ser. Num ambiente pagão, onde as pessoas viviam tomadas pelo medo dos espíritos demoníacos, era preciso haver alguém que fosse um sinal do poder libertador de Deus. Portanto, aquele homem recebera a importante missão de ser missionário entre os pagãos. Competia-lhe mostrar a todos que as pessoas não estão fadadas a serem escravas dos demônios, e que Deus havia enviado alguém com a tarefa de libertá-las. E esse alguém era Jesus!

Seu poder superava o dos demônios, mesmo que fossem uma legião. Sua palavra, cheia de autoridade, subjugava os espíritos maus. A ele deviam recorrer todos quantos queriam libertar-se.

ORAÇÃO

Espírito Santo, seja minha vida um testemunho convincente da misericórdia que Deus manifestou para comigo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Chegada no Seminário Menor Diocesano de Apucarana

Semana que vem os Seminaristas Menores da Diocese de Apucarana que retomam suas atividades normais, iniciando o primeiro semestre de 2013 no dia 04 de fevereiro, do dia 05 a 09 primeiro Retiro Espiritual, na Pousada Recanto do Pinhão em Mauá da Serra e dia 14 início das aulas no Colégio SESI.
 Rezemos pelas nossas vocações, o futuro da Igreja de Cristo necessita de sua ajuda! 

POR QUE NÃO SE FALA DA EUCARISTIA NO CREDO?


Uma leitora da língua italiana enviou a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara:

Porque nos dois Credos não se professa também “Creio na Eucaristia”? -- Sra. A.B., Coréia do Sul

Eis aqui a resposta dada pelo Padre McNamara:

“As razões são principalmente de natureza histórica, mas dizem respeito também à própria finalidade da liturgia.

Do ponto de vista histórico, o Credo como o conhecemos, foi desenhado primeiro nos Concílios de Nicéia (325) e de Constantinopla (381), embora em sua forma elaborada aparece pela primeira vez nos atos do Concílio de Calcedônia (451) .

Este Credo estava provavelmente baseado numa profissão de fé batismal e continha todos os elementos essenciais da fé da Igreja.

Ele era principalmente uma resposta a Ário e às outras heresias, e defendia a doutrina da Trindade e da verdadeira e plena divindade e humanidade de Cristo. Nunca foi concebido como uma exposição exaustiva de cada aspecto da fé.

Uma vez que era necessário defender os fundamentos da fé, questões como a natureza da Eucaristia simplesmente não apareceram no horizonte teológico até vários séculos depois.

Além disso, durante este primeiro período, a plenitude da doutrina eucarística era muitas vezes explicada só depois do batismo, ou seja, só depois de que o novo cristão tinha recitado em público o Credo.

A prática de recitar o Credo na Missa é atribuída à Timóteo, Patriarca de Constantinopla (511-517), uma iniciativa que foi copiada por outras Igrejas sob influência bizantina, incluindo a parte da Espanha, que estava então sob o domínio de Bizâncio.

Por volta do ano 568, o imperador bizantino Justiniano ordenou que o Credo fosse recitado em cada Missa celebrada nos seus domínios. Vinte anos depois, em 589, o rei visigodo da Espanha, Recaredo, renunciou à heresia ariana em favor do catolicismo e, por sua vez ordenou que o Credo fosse proclamado em cada Missa.

Cerca de dois séculos mais tarde, reencontramos a prática de recitar o Credo na França e de lá o costume foi se espalhando lentamente em outras partes do Norte da Europa. Por fim, quando no ano de 1114 Henrique II veio à Roma para ser coroado imperador do Sacro Império Romano, ficou surpreso de que lá o Credo não fosse recitado. Responderam-lhe dizendo que Roma nunca tinha cometido um erro em matéria de doutrina, e que por isso não era necessário para os romanos proclamar o Credo durante a Missa. No entanto, foi incluído na liturgia em honra do imperador e, desde então, embora não em todas as missas, mas apenas aos domingos e em algumas festividades.

Os cristãos do Oriente e do Ocidente usam o mesmo Credo, com excessão da expressão Filioque (e o Filho), que a versão latina adiciona como uma referência da procissão do Espírito Santo, uma adição que deu origem a intermináveis e complicadíssimas discussões teológicas.

Apesar desta diferença, há um consenso entre todos os cristãos de que o Credo deveria permanecer assim como está e que nem o Credo, nem muito menos a mesma Missa, seja um lugar apto para dar expressão técnica a cada princípio da fé.

Em outro nível, no entanto, toda a Missa em si é uma profissão de fé. É a fé viva celebrada e anunciada num grande e sublime ato de culto que é transformada numa fé que permeia cada aspecto da atividade diária.

Mesmo se não é explicitamente mencionada a presença real no Credo, os católicos proclamam a sua fé eucarística com quase cada palavra e gesto da Missa e, de modo particular, com o seu Amém no final da oração eucarística e quando recebem a Comunhão.

De forma semelhante expressam liturgicamente a sua fé em outros dogmas não contemplados no Credo. Ir à missa na Festa da Imaculada Conceição e da Assunção, proclama também a nossa fé nestas doutrinas.

Confessar ou receber o sacramento da unção dos enfermos confirmam a nossa confiança no próprio sistema sacramental e a nossa fé de que Cristo concedeu à Igreja o poder de perdoar os pecados.

Em suma, todo ato de culto litúrgico é, pela sua mesma natureza, também uma proclamação de fé.”

Pe. Edward McNamara
Professor de Liturgia do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum (Roma)

Evangelho do dia.

EVANGELHO DO DIA - 01/02/13

A semente - Mc 4, 26-34

Naquele tempo, Jesus disse:
- O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, ela brota e cresce sem ele saber como isso acontece. É a própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita.
Jesus continuou:
- Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar para isso? Ele é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce muito até ficar a maior de todas as plantas. E os seus ramos são tão grandes, que os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas.
Assim, usando muitas parábolas como estas, Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos.

COMENTANDO O EVANGELHO: Escondimento e eficácia.

Quando Jesus proclamava o Reino de Deus, seus ouvintes eram tentados a ligar esse Reino a feitos grandiosos. A opressão a que estavam submetidos, havia séculos, fizeram-nos alimentar um anseio de libertação urgente. A pregação de Jesus veio de encontro a este anseio. O povo queria ver a libertação acontecer por meio de fatos concretos. O primeiro deles seria o fim da dominação romana e do sistema de privilégios acobertado por ela. Aguardavam, pois, a implantação de uma sociedade sem excluídos.

Jesus, porém, dava mostras de não estar interessado em se envolver numa briga com os romanos. Contentava-se em conclamar o povo para a fraternidade, promovendo uma batalha sem tréguas contra toda forma de egoísmo. Além disso, ao curar as doenças do povo e exorcizar os possessos buscava tirar as pessoas da marginalização, religiosa e social, a que estavam relegadas, recuperando-as para a plena participação.

A parábola do grão que cresce fora do controle do agricultor chama a atenção para a eficácia do Reino que age de maneira escondida nos meandros da história humana. Desta forma, Jesus questionava seus ouvintes, desafiando-os a terem uma sensibilidade mais apurada para o que estava acontecendo. Estando bem atentos, haveriam de se dar conta de que a opressão estava sendo minada em seus alicerces, e que o tão sonhado mundo novo da fraternidade já havia despontado.