segunda-feira, 11 de julho de 2011

Angelus



ANGELUS


Segue a intervenção que Bento XVI fez ontem, no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, por ocasião do Angelus:

“Queridos irmãos e irmãs!

Eu vos agradeço por terdes vindo para o encontro do Angelus aqui em Castel Gandolfo, onde cheguei há poucos dias. Aproveito com alegria esta ocasião para dirigir minha cordial saudação também a todos os habitantes desta querida cidade, com o desejo de uma boa estada estival. Saúdo em particular nosso bispo de Albano.

No Evangelho deste domingo (Mt 13, 1-23), Jesus se dirige à multidão com a célebre parábola do semeador. É uma página de certa forma “autobiográfica”, porque reflete a própria experiência de Jesus, da sua pregação: Ele se identifica com o semeador, que espalha a boa semente da Palavra de Deus e percebe os diversos efeitos que obtém, segundo o tipo de acolhimento reservado ao anúncio. Existe quem escuta superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; existe quem a acolhe no momento, mas não tem constância e perde tudo; existe quem está coberto pelas preocupações e seduções do mundo; e existe quem escuta de maneira receptiva, como a terra boa: aqui a Palavra dá fruto em abundância.

Mas este Evangelho insiste também no “método” da pregação de Jesus, isto é, justamente no uso das parábolas: “Por que lhes falas em parábolas?”, perguntam os discípulos (Mt 13, 10). E Jesus responde fazendo uma distinção entre eles e a multidão: aos discípulos, ou seja, aos que já se decidiram por Ele, pode lhes falar do Reino de Deus abertamente; no entanto, aos outros é preciso anunciar em parábolas, para estimular precisamente a decisão, a conversão do coração; as parábolas, de fato, por sua natureza, requerem um esforço de interpretação, interpelam à inteligência, mas também à liberdade. 

Explica São João Crisóstomo: “Jesus pronunciou estas palavras com a intenção de atrair a si seus ouvintes e de solicitá-los, assegurando que, quando se dirigirem a Ele, Ele os curará” (Comentário ao Evangelho de Mateus, 45,1-2). No fundo, a verdadeira “Parábola” de Deus é o próprio Jesus, sua Pessoa, que, no sinal da humanidade, esconde e ao mesmo tempo revela a divindade. Dessa maneira, Deus não nos obriga a crer n'Ele, mas nos atrai a Si com a verdade e a bondade do seu Filho encarnado: o amor, de fato, respeita sempre a liberdade.

Queridos amigos, amanhã celebraremos a festa de São Bento, abade e padroeiro da Europa. À luz deste Evangelho, contemplemos sua figura como mestre da escuta da Palavra de Deus, uma escuta profunda e perseverante. Devemos sempre aprender do grande patriarca do monaquismo ocidental e dar a Deus o lugar que Ele espera, o primeiro lugar, oferecendo-lhe, com a oração da manhã e da tarde, as atividades cotidianas. 

A Virgem Maria nos ajude a ser, segundo o seu modelo, “terra boa” na qual a semente da Palavra possa dar muito fruto.”

Fonte: ZENIT (Agência Internacional Católica de Notícia)


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