quarta-feira, 20 de julho de 2011

DEUS QUERIA OU NÃO QUERIA?‏

DEUS QUERIA OU NÃO QUERIA?

Há uma espiritualidade muito em voga em nossos dias que propõe que o fiel se arrisque e comece uma obra confiando que Deus dará um jeito se as coisas não derem certo. Nada de timidez. Quem tem fé ora, lança o barco ao mar e vai pescar, mesmo na tempestade. Deus só pode encher as redes de peixe daquele que saiu para pescar. Além disso, ele acalmará as tempestades. É a ousadia da fé.

Dito assim parece épico e altamente cristão. Mas nos mesmos evangelhos se lê que o que pretende erguer uma torre deve primeiro fazer os cálculos e quem vai á guerra deve analisar a força de seus exércitos. E ainda, chama de tolas a virgens que improvisaram e de prudentes as que levaram azeite extra!

Então Jesus não é assim tão a favor de improvisos e de ousadias de quem começa uma obra e depois manda a conta para o céu! Nem sempre o céu paga! Não era obra dele!

Na parábola das moças imaturas e das maduras e capazes, as capazes contavam com o imprevisto tinham respostas para ele. As outras apostavam no improviso! Alguém providenciaria! Pois este alguém não providenciou!

Cristão que cria projetos mirabolantes e deixa a conta para Deus pagar; que arrisca tudo para realizar seu sonho e, depois, propõe longas vigílias e jejuns para que Deus o tire da enrascada, não leu o suficiente sobre Deus. Ele nos deu inteligência e razão para que saibamos quando ousar e quando não fazê-lo! Um sacerdote que arrecadou fundos na Europa e no Brasil para construir uma casa de retiros ergueu em lugar de difícil acesso. Apostava no futuro da região. A estrada não veio, as paróquias não aderiram, a obra se revelou fora de lugar e de época. Teve de vendê-la a preço ínfimo.

Para ele, Deus queria aquela casa. Já que Deus lhe falava todas as semanas, no diálogo, ele esquecera de perguntar se Deus a queria daquele jeito e lá naquele fim de mundo. Fez a casa no lugar errado! Hoje ela é um depósito de móveis. O vidente morreu, anos depois, ferido na alma “pela falta de compreensão da diocese!”

Pe. Zezinho, SCJ

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