quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Incenso


É importante lembrar que o uso do incenso na liturgia católica não tem nada a ver com o defumador usado na macumba, nem os incensos vendidos e usados pelas seitas orientais. Para nós católicos, significa isso: Ao Senhor dos Senhores oferece-se incenso. É adoração e honra. Diante da tenda da Aliança Israelita ou do templo de Jerusalém o lugar chamado Santo dos Santos se encontrava o altar do incenso. A primeira página da história da Nova Aliança é estrita enquanto Zacarias, o pai de João Batista oferece o sacrifício do incenso no santuário do templo (Lc 1,9). Entre os presentes oferecidos pelos reis Magos está o incenso, Na antiga Roma, oferece-se incenso aos deuses. O incenso é um tributo de honra devido a imagem do imperador que também era divindade.

Por se recusares a oferecer esse incenso, muitos cristãos foram entregues à morte. por isso, no início do cristianismo os cristãos tiveram dificuldades para usar o incenso, pois este lembrava demais o culto sacrificial superado da antiga aliança, e lembrava a memória dos mártires que rejeitaras o incenso aos deuses pagãos e ao Imperador de Roma.Entretanto, o uso incenso foi penetrando, pouco a pouco, no culto cristão.

O incenso usado é frente da procissão de Entrada é como à coluna de nuvens à frente do povo de Israel (Ex 13, 21). A nuvem do incenso envolve o altar e o recinto sagrado, os homens e os objetos necessitados de bênçãos, como a nuvem da presença de deus pairando sobre a Tenda da Aliança Israelita.

O incenso exprime nossa libertação do "hálito penitencial" do pecado, torna-se expiação e perdão dos pecados. Olhando a nuvenzinha de fumaça que se eleva, se inclina e desce, pensamos em nossa oração e louvor que sobe e na graça divina que desce. Olhando o pequeno fogo de carvão no fundo do turíbulo, ele nos fala do calor que devemos ter para com Deus. É uma honra prestada a Deus.

Uma interpretação errada das orientações litúrgicas, após o Concílio Vaticano II, fez com que varresse qualquer uso de incenso na missa. Mas o incenso está voltando, como as velas e as imagens, culto dos santos, etc. são valores que não podemos perder.

É uma riqueza litúrgica, no início da missa quando se rodeia o altar com incenso. É uma glorificação e honra ao Rei e senhor, pois o altar da Igreja representada Cristo.O incenso faz parte, também, do ato penitencial, pois ele se destina a purificar, limpar e expiar.
O incenso é dedicado, também, ao evangelho que vai ser lido, é respeito e veneração ao livro sagrado, homenagem a Cristo que nos fala. Lembramos Mt 17,5: "e na nuvem soou uma voz que diz: Este é o meu filho Amado, escutai-o".

Quando se incenso as oferendas o pão e o vinho, o altar, o celebrante e outros sacerdotes presentes, o povo de Deus, meditamos dentro de nós: Eleve-se Senhor, a minha oração como este incenso à vossa presença, e desça sobre nós a Vossa misericórdia.

Quando no momento da consagração se incensa o corpo do Senhor e seu preciosíssimo Sangue, elevados para adoração dos fiéis, recordamos a Epifania: "E prostrando-se o adoraram... e ofereceras.... incenso" (Mt 2, 11) ou o texto do Apocalipse 8, 3-4: "Um anjo veio e colocou-se junto do altar, com o turíbulo de ouro na mão. Foi-lhe dado grande quantidade de incenso para que oferecesse juntamente com as orações dos santos sobre o altar de ouro que está diante do trono de Deus, e a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos, à presença de Deus".

Por tudo isso, o incenso deve ser tomado a sério, ou melhor: nós devemos recebê-lo com alegria. 

Fonte: Sociedade Brasileira de Canonistas

Nenhum comentário:

Postar um comentário